quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

O ano em doze fotografias

O último dia do ano sempre é um momento oportuno para se fazer um balanço de tudo o que foi feito no período que se passou e, com isso, lançar as bases para o novo ano que se inicia.
Levando isso em conta, o que pode ser levado de legado do ano que se passou para o ano que está chegando? Cada pessoa, a partir de suas experiências, tem a sua resposta. Da minha parte, o que posso compartilhar a partir de minhas experiências?

Um novo ano sempre traz novos horizontes. Novas perspectivas. Mesmo que consideremos apenas uma reles data de calendário, a virada do ano sugere que a vida é feita de etapas que começam, terminam e recomeçam, seguindo-se o ciclo. Assim, quando um ano começa, é hora de mirar à frente, não se apegando e ao mesmo tempo não esquecendo as experiências do passado.


(Rota do Sol - Itati/RS)

A partir desta mirada, inicia-se o rumo pelo novo ano. No devir dos passos, é possível que consideremos que é o momento para mudar e percorrer um novo caminho.


(Entrada de La Pedrera - La Paloma/Uruguay)

Escolhido o novo rumo, ao se percorrer a estrada, é possível que o traçado reserve alguma curva inesperada que altera o percurso.


(Estrada para Barragem do Blang - São Francisco de Paula/RS)

Tal mudança pode levar a novas possibilidades não imaginadas até então. Cabe decidir se vai aderir a elas ou não.


(São Francisco de Paula/RS)

Muitas vezes, não aderir é o mais cômodo, mas não necessariamente é a melhor saída, pois pode levar à estagnação. Porém, aderir pode significar o percurso por um longo e árduo caminho, cheio de dúvidas e inseguranças.


(Estrada do Meio - São Francisco de Paula/RS)

Alguns pontos do trajeto param em abismos os quais exigem a construção de pontes caso queiramos prosseguir.


(São Francisco de Paula/RS)

Nem sempre essa nova possibilidade nos conduz à vitória. Pelo menos não da forma como inicialmente imaginamos. No caminho, pode haver uma porta fechada. Nesse caso, é o momento de encerramento de um ciclo...

(Loteamento São Miguel - São Francisco de Paula/RS)

... que leva ao início de outro. Como as flores que desabrocham novamente após mais um inverno.


(Lajeadinho - Igrejinha/RS)

Afinal, a vida segue. Cabe encontrar o rumo adequado para o novo ciclo.


(Ecoparque Sperry - Gramado/RS)

"Nunca se fecha uma porta sem que se abram outras" - dizem. Se não há como seguir pelo caminho inicialmente idealizado, é o momento certo para preparar terreno para alçar novos voos.

(São Leopoldo/RS)

E voar. Mesmo sem ter certeza de onde é destino. Pois sabe-se que há um destino. Um aeroporto seguro para se pousar. Um pouso que possibilitará novos passos.


(Trajeto aéreo entre Campinas/SP e Porto Alegre/RS)

Enquanto não se pousa, segue-se o voo, olhando-se para o percurso feito no ano. E tendo a certeza de que nenhum momento do recorrido no período foi em vão. A certeza de que o ano que se passou, tanto nos bons quanto nos maus momentos, valeu cada segundo vivido. Valeu cada pegada deixada na areia da vida.


(Praia de Curumim - Capão da Canoa/RS)

E tendo também perspectivas para o voo que se segue no ano que está chegando. A perspectiva de que as novas intenções e ações conduzam a novos resultados. A perspectiva de que cada momento do novo ano também seja de se dizer, ao final, que valeu a pena.

Valeu, 2014! Que venha 2015!

Publicação

É com grande satisfação que divulgo a publicação do conto "Novos voos" na edição de janeiro de 2015 na revista Usina da Cultura.
A Usina da Cultura é uma revista desenvolvida em São Francisco de Paula/RS, Região das Hortênsias, cuja proposta de comunicação é unir "cultura e lazer, com temática variada, para todos os públicos".

Para ler a edição completa da revista, clica aqui. O conto está na seção "Conta conto". Também pode ser lido na página da Usina, clicando aqui.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

É Natal!

Mais um Natal chegou.
Mais um momento para recordar o exemplo do maior mestre que a humanidade já conheceu: Jesus Cristo.
Independente de Ele não necessariamente ter nascido em 25 de dezembro. Independente do credo de cada um. Independente de etnia, posição social ou de qualquer categoria criada pelos humanos para diferenciarem-se uns dos outros.
O momento é de celebração. Celebração do amor ao próximo. Celebração do criar e compartilhar. Celebração da vida. Celebração dos ciclos que se iniciam, se encerram e se reiniciam...
Em suma, celebrar para lembrar o que devemos fazer não apenas neste período, mas durante a nossa existência neste planeta. 


Agradeço a todos os que têm acompanhado as publicações desta página. Seguramente este trabalho teria uma relevância muito menor sem vocês. Afinal, um texto ou uma fotografia não são feitos apenas por quem os produz. Quem os acompanha também tem papel fundamental, pois é quem dá significado ao que se é produzido.

Em breve, novas postagens. Feliz 2015!

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Pôr do Sol

Certa vez, tomara conhecimento de que lá havia um pôr do Sol espetacular. O Sol se punha sobre o mar. Tão lindo que havia virado costume aplaudi-lo ao seu final. Isso não era comum onde vivia.
Lógico, não foi para lá só por causa disso. Na realidade, o que o inspirou foi uma canção que falava do local e que muito gostava. De mala e cuia (ou melhor, de mochila e sem cuia), partiu.
Sem embargo, os dias em que lá esteve foram pouco favoráveis. Na época, estava atipicamente chuvoso. Muitas nuvens.


Será que não terá pôr do Sol? pensava. Ainda que com uma ponta de frustração, estava gostando do local.
No último dia, surpresa. O céu estava claro. Poucas nuvens. Um sol com todo seu esplendor. Saiu a passear para um local próximo.




Contudo, o devir do dia lhe pregaria uma peça. As nuvens, pouco a pouco, tomaram conta do céu. Primeiro, mais claras. Em seguida, mais escuras.



Até que a chuva surgiu. Forte. Durou pouco tempo. Depois, veio uma chuva fraca e persistente, que se manteve. Nuvens encobriam o Sol.



Não vai ser desta vez! pensou, um tanto triste. O Sol não vai da o ar de sua graça... Não terão aplausos... seguia a falar.
Ainda imerso em seus pensamentos, mirou-se à janela. Surpresa! Deu de cara com um sol esplendoroso. Não perdeu tempo. Correu rumo à orla.





Certo, as nuvens ainda imperavam. Mas isso não importava mais. O ponto que deveria estar claro estava. Melhor: as nuvens estavam coloridas. Refletiam a luz do Sol, formando uma combinação digna de pintura.


O que mais poderia querer? pensou. Olhou para o outro lado: como sempre, depois de uma chuva, um arco-íris pairava sobre as nuvens. Um presente dos céus. O que mais poderia querer?


Ora, o principal! O que tanto queria. O pôr do Sol. Não era o crepúsculo que inicialmente esperava. Frustração? Qual! Se o que estava a contemplar estava acima de todas as expectativas? Frustração, que nada! Estava admirado, afinal, não era o que esperava. Era muito melhor.
Passados alguns minutos de esplêndida paisagem, eis que surge o momento culminante. Quando enfim o Sol e a água se encontram. Como duas pessoas que se amam por inteiro.


Momento que se consuma quando o Sol desaparece nas águas plácidas do mar. Digno de aplausos, como já pregava a tradição local.


Esse dia o incentivou a não desistir de seus sonhos. Nem mesmo quando todas as circunstâncias lhe parecem contrárias. Pois muitas vezes os sonhos se realizam justamente no momento em que não se vislumbram perspectivas, como já lhe disseram em outro momento...


(fotos de Natã Camilo. Costa de Rocha, Uruguay. Fotos 2 e 3: Cabo Polonio. Foto 4: Ruta 10, entre Cabo Polonio e La Paloma. Fotos 1, 5, 6, 7, 8 e 9: Playa La Balconada, La Paloma)

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Só Sob o Sol (versão musicada)

Hoje trago um passo parceiro, dado em fraternal coautoria com Davi Camilo, que musicou a letra de "Só Sob o Sol" (ver a versão escrita aqui).

Para conhecer mais o trabalho musical de Davi Camilo, ver aqui.









terça-feira, 25 de novembro de 2014

Passo a passo

Passo os passos
Num passo a passo
Que passa
Passo por passo

Tudo passa
Até o passo
Que foi passado
Passo a passo
Num passado
Que passou...

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

O medo e a vontade



O medo e a vontade. Dois irmãos gêmeos. Tão parecidos e tão diferentes entre si... E, como tal, um buscando dominar o outro. Especialmente o medo. De caráter autoritário, gosta de dominar a vontade. De deixa-la sem ação. De fazê-la contentar-se com pouco. Enquanto a vontade aceita passivamente, não há conflito. Ela deixa que o medo tome conta da situação. Entra-se em uma zona de comodismo. Nada acontece. 
A questão é que a vontade também não tem sangue de barata. Chega um momento em que ela (mais cedo ou mais tarde) toma consciência. Cansa-se de ser dominada pelo medo. Quer exercer sua ação. Fazer frente ao medo. Claro que o medo não aceita a situação. (e como aceitaria? Que ditador aceita de bom grado perder seus poderes? Não mais dominar? Não tem, não é? Pois é o mesmo com o medo) Ele não admite que a vontade tenha seu livre-arbítrio. Está instalado o conflito. O medo quer mandar. A vontade quer ser livre. O medo fará de tudo para aprisionar a vontade. É um irmão ciumento. Porá “pilha fraca” em qualquer ação que a vontade queira exercer. Dirá que não vai funcionar. Que a vontade sofrerá por isso. Tentará convencer que é melhor ficar onde está.
A vontade sabe que é uma luta árdua. O medo é muito controlador. A vontade terá muita ansiedade. Quererá agir afobadamente às vezes. Verá que isso nem sempre é possível. Possivelmente desanimará diante de algum obstáculo. Pensará que o medo está cheio de razão. A vontade cogitará desistir da empreitada.
Ela sabe de tudo isso. Mas sabe que a via é de mão única. Até pode-se parar no caminho. Mas não há como voltar atrás. Tem que se seguir em frente. Mas ela sabe que, mais cedo ou mais tarde (em geral mais cedo do que imagina), chegará ao seu destino.
O que a vontade talvez nem imagine é que, ao final da jornada, o medo a estará a esperar. Não mais como um irmão gêmeo autoritário e dominador. Mas como um irmão gêmeo parceiro e aliado...

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Entre os montes




Te vi
Timidamente
Escondida entre os montes

Antes de te ver
Parecia
Que não seria
Tão encantadora

Confesso
Estava errado
Fora leviano
Juízo manifesto

Quando te vi
Entre os montes
Junto às tuas
Por ti atraí-me

Quiçá tenha sido
Por esse teu estilo
Timidamente
Escondida entre os montes

(Não foi só)
Isso seguiu
Pelas ruas
Junto às tuas

Te vi
Timidamente
Pelas ruas
Junto a uma das tuas
Até que riste
E (que alegria)
Também me viste

Apenas um instante
Já no fim da jornada
(Não foi dessa vez...)

Mas valeu
Toda a empreitada

Disse
Que talvez voltasse
Que motivo tinha...

(Não é garantia
Mas possibilidade)
Quem sabe um dia
Novamente
Te veja
Timidamente
Escondida entre os montes

sábado, 1 de novembro de 2014

Só sob o Sol







Sob o Sol
Só sob o Sol

Um Sol só
Sabe
Quando alguém

Sob o Sol está

Será que alguém
Sabe ser
Só?

Quiçá
Só o Sol
Saiba ser
Só...

(É só?)

(Não...)

Afinal...
Sabe-se...
Não se está

Nem mesmo
Quando se está

Sob o Sol

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Nova estação

E começa uma nova estação...


As flores anunciam a boa nova...


Os tempos nebulosos começam a ficar para trás...


Hora de refletir o realizado até então...



E seguir o caminho atual ou um novo caminho.



(fotos de Natã Camilo)

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Voo alçado

(continuação de "Novos voos". Para ler a parte anterior, clica aqui)

Um novo voo foi alçado. Já havia conseguido percorrer uma parte do caminho. Certo, ainda não sabia para qual direção voar. Mas seguiu mesmo assim.
Em determinado ponto, sem embargo, a falta de rumo converter-se-ia em um problema. Passou por um trecho nebuloso e não conseguia vislumbrar o rumo de seu destino. Parecia que todas as possibilidades de pouso já estavam ocupadas. Ou eram destinos que não lhe pareciam adequados para o que queria. Ou as duas coisas.
Até que se deu conta de que não havia virado completamente a página. O voo anterior ainda lhe marcava. Não digerira completamente a queda. As reminiscências ainda enevoavam-lhe o caminho e dificultavam a busca por novos rumos. De novo perguntava-se se deveria seguir o voo.
Segue o voo! disseram-lhe, com determinação. Como, se a página ainda não está virada? perguntou, intrigado. E isso é motivo para abortar o voo? Não, mas... Pois então, não pares agora! E a página? Vai virando enquanto voa mesmo! E se cair enquanto isso? Levanta voo de novo; o importante é não desistir de voar até que encontres o teu destino! E se... Te pergunto o seguinte: por que deves contentar-te com uma parte se tens possibilidade de um inteiro? Como? O que te disse; mas posso explicar: se sonhas com algo, por que deixá-lo de lado e contentar-te com migalhas? continuaram, dizendo-lhe antes de partir: Se uma parte te basta, podes ficar no chão. Mas se buscas o inteiro, vira a página e segue voando até o teu destino. A escolha é tua.
Por que devo contentar-me com uma parte se tenho possibilidade de um inteiro? matutou. Por que devo contentar-me com uma parte? e virou a página. Se tenho possibilidade de um inteiro? decidiu seguir voando. Sem saber ainda que logo em frente as nuvens viriam a dissipar-se...