terça-feira, 25 de novembro de 2014

Passo a passo

Passo os passos
Num passo a passo
Que passa
Passo por passo

Tudo passa
Até o passo
Que foi passado
Passo a passo
Num passado
Que passou...

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

O medo e a vontade



O medo e a vontade. Dois irmãos gêmeos. Tão parecidos e tão diferentes entre si... E, como tal, um buscando dominar o outro. Especialmente o medo. De caráter autoritário, gosta de dominar a vontade. De deixa-la sem ação. De fazê-la contentar-se com pouco. Enquanto a vontade aceita passivamente, não há conflito. Ela deixa que o medo tome conta da situação. Entra-se em uma zona de comodismo. Nada acontece. 
A questão é que a vontade também não tem sangue de barata. Chega um momento em que ela (mais cedo ou mais tarde) toma consciência. Cansa-se de ser dominada pelo medo. Quer exercer sua ação. Fazer frente ao medo. Claro que o medo não aceita a situação. (e como aceitaria? Que ditador aceita de bom grado perder seus poderes? Não mais dominar? Não tem, não é? Pois é o mesmo com o medo) Ele não admite que a vontade tenha seu livre-arbítrio. Está instalado o conflito. O medo quer mandar. A vontade quer ser livre. O medo fará de tudo para aprisionar a vontade. É um irmão ciumento. Porá “pilha fraca” em qualquer ação que a vontade queira exercer. Dirá que não vai funcionar. Que a vontade sofrerá por isso. Tentará convencer que é melhor ficar onde está.
A vontade sabe que é uma luta árdua. O medo é muito controlador. A vontade terá muita ansiedade. Quererá agir afobadamente às vezes. Verá que isso nem sempre é possível. Possivelmente desanimará diante de algum obstáculo. Pensará que o medo está cheio de razão. A vontade cogitará desistir da empreitada.
Ela sabe de tudo isso. Mas sabe que a via é de mão única. Até pode-se parar no caminho. Mas não há como voltar atrás. Tem que se seguir em frente. Mas ela sabe que, mais cedo ou mais tarde (em geral mais cedo do que imagina), chegará ao seu destino.
O que a vontade talvez nem imagine é que, ao final da jornada, o medo a estará a esperar. Não mais como um irmão gêmeo autoritário e dominador. Mas como um irmão gêmeo parceiro e aliado...

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Entre os montes




Te vi
Timidamente
Escondida entre os montes

Antes de te ver
Parecia
Que não seria
Tão encantadora

Confesso
Estava errado
Fora leviano
Juízo manifesto

Quando te vi
Entre os montes
Junto às tuas
Por ti atraí-me

Quiçá tenha sido
Por esse teu estilo
Timidamente
Escondida entre os montes

(Não foi só)
Isso seguiu
Pelas ruas
Junto às tuas

Te vi
Timidamente
Pelas ruas
Junto a uma das tuas
Até que riste
E (que alegria)
Também me viste

Apenas um instante
Já no fim da jornada
(Não foi dessa vez...)

Mas valeu
Toda a empreitada

Disse
Que talvez voltasse
Que motivo tinha...

(Não é garantia
Mas possibilidade)
Quem sabe um dia
Novamente
Te veja
Timidamente
Escondida entre os montes

sábado, 1 de novembro de 2014

Só sob o Sol







Sob o Sol
Só sob o Sol

Um Sol só
Sabe
Quando alguém

Sob o Sol está

Será que alguém
Sabe ser
Só?

Quiçá
Só o Sol
Saiba ser
Só...

(É só?)

(Não...)

Afinal...
Sabe-se...
Não se está

Nem mesmo
Quando se está

Sob o Sol