(continuação de "Novos voos". Para ler a parte anterior, clica aqui)
Um novo voo foi alçado. Já havia conseguido percorrer uma parte do caminho. Certo, ainda não sabia para qual direção voar. Mas seguiu mesmo assim.
Em determinado ponto, sem embargo, a falta de rumo converter-se-ia em um problema. Passou por um trecho nebuloso e não conseguia vislumbrar o rumo de seu destino. Parecia que todas as possibilidades de pouso já estavam ocupadas. Ou eram destinos que não lhe pareciam adequados para o que queria. Ou as duas coisas.
Até que se deu conta de que não havia virado completamente a página. O voo anterior ainda lhe marcava. Não digerira completamente a queda. As reminiscências ainda enevoavam-lhe o caminho e dificultavam a busca por novos rumos. De novo perguntava-se se deveria seguir o voo.
Segue o voo! disseram-lhe, com determinação. Como, se a página ainda não está virada? perguntou, intrigado. E isso é motivo para abortar o voo? Não, mas... Pois então, não pares agora! E a página? Vai virando enquanto voa mesmo! E se cair enquanto isso? Levanta voo de novo; o importante é não desistir de voar até que encontres o teu destino! E se... Te pergunto o seguinte: por que deves contentar-te com uma parte se tens possibilidade de um inteiro? Como? O que te disse; mas posso explicar: se sonhas com algo, por que deixá-lo de lado e contentar-te com migalhas? continuaram, dizendo-lhe antes de partir: Se uma parte te basta, podes ficar no chão. Mas se buscas o inteiro, vira a página e segue voando até o teu destino. A escolha é tua.
Por que devo contentar-me com uma parte se tenho possibilidade de um inteiro? matutou. Por que devo contentar-me com uma parte? e virou a página. Se tenho possibilidade de um inteiro? decidiu seguir voando. Sem saber ainda que logo em frente as nuvens viriam a dissipar-se...
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