sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Pôr do Sol

Certa vez, tomara conhecimento de que lá havia um pôr do Sol espetacular. O Sol se punha sobre o mar. Tão lindo que havia virado costume aplaudi-lo ao seu final. Isso não era comum onde vivia.
Lógico, não foi para lá só por causa disso. Na realidade, o que o inspirou foi uma canção que falava do local e que muito gostava. De mala e cuia (ou melhor, de mochila e sem cuia), partiu.
Sem embargo, os dias em que lá esteve foram pouco favoráveis. Na época, estava atipicamente chuvoso. Muitas nuvens.


Será que não terá pôr do Sol? pensava. Ainda que com uma ponta de frustração, estava gostando do local.
No último dia, surpresa. O céu estava claro. Poucas nuvens. Um sol com todo seu esplendor. Saiu a passear para um local próximo.




Contudo, o devir do dia lhe pregaria uma peça. As nuvens, pouco a pouco, tomaram conta do céu. Primeiro, mais claras. Em seguida, mais escuras.



Até que a chuva surgiu. Forte. Durou pouco tempo. Depois, veio uma chuva fraca e persistente, que se manteve. Nuvens encobriam o Sol.



Não vai ser desta vez! pensou, um tanto triste. O Sol não vai da o ar de sua graça... Não terão aplausos... seguia a falar.
Ainda imerso em seus pensamentos, mirou-se à janela. Surpresa! Deu de cara com um sol esplendoroso. Não perdeu tempo. Correu rumo à orla.





Certo, as nuvens ainda imperavam. Mas isso não importava mais. O ponto que deveria estar claro estava. Melhor: as nuvens estavam coloridas. Refletiam a luz do Sol, formando uma combinação digna de pintura.


O que mais poderia querer? pensou. Olhou para o outro lado: como sempre, depois de uma chuva, um arco-íris pairava sobre as nuvens. Um presente dos céus. O que mais poderia querer?


Ora, o principal! O que tanto queria. O pôr do Sol. Não era o crepúsculo que inicialmente esperava. Frustração? Qual! Se o que estava a contemplar estava acima de todas as expectativas? Frustração, que nada! Estava admirado, afinal, não era o que esperava. Era muito melhor.
Passados alguns minutos de esplêndida paisagem, eis que surge o momento culminante. Quando enfim o Sol e a água se encontram. Como duas pessoas que se amam por inteiro.


Momento que se consuma quando o Sol desaparece nas águas plácidas do mar. Digno de aplausos, como já pregava a tradição local.


Esse dia o incentivou a não desistir de seus sonhos. Nem mesmo quando todas as circunstâncias lhe parecem contrárias. Pois muitas vezes os sonhos se realizam justamente no momento em que não se vislumbram perspectivas, como já lhe disseram em outro momento...


(fotos de Natã Camilo. Costa de Rocha, Uruguay. Fotos 2 e 3: Cabo Polonio. Foto 4: Ruta 10, entre Cabo Polonio e La Paloma. Fotos 1, 5, 6, 7, 8 e 9: Playa La Balconada, La Paloma)

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