terça-feira, 23 de setembro de 2014

Nova estação

E começa uma nova estação...


As flores anunciam a boa nova...


Os tempos nebulosos começam a ficar para trás...


Hora de refletir o realizado até então...



E seguir o caminho atual ou um novo caminho.



(fotos de Natã Camilo)

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Voo alçado

(continuação de "Novos voos". Para ler a parte anterior, clica aqui)

Um novo voo foi alçado. Já havia conseguido percorrer uma parte do caminho. Certo, ainda não sabia para qual direção voar. Mas seguiu mesmo assim.
Em determinado ponto, sem embargo, a falta de rumo converter-se-ia em um problema. Passou por um trecho nebuloso e não conseguia vislumbrar o rumo de seu destino. Parecia que todas as possibilidades de pouso já estavam ocupadas. Ou eram destinos que não lhe pareciam adequados para o que queria. Ou as duas coisas.
Até que se deu conta de que não havia virado completamente a página. O voo anterior ainda lhe marcava. Não digerira completamente a queda. As reminiscências ainda enevoavam-lhe o caminho e dificultavam a busca por novos rumos. De novo perguntava-se se deveria seguir o voo.
Segue o voo! disseram-lhe, com determinação. Como, se a página ainda não está virada? perguntou, intrigado. E isso é motivo para abortar o voo? Não, mas... Pois então, não pares agora! E a página? Vai virando enquanto voa mesmo! E se cair enquanto isso? Levanta voo de novo; o importante é não desistir de voar até que encontres o teu destino! E se... Te pergunto o seguinte: por que deves contentar-te com uma parte se tens possibilidade de um inteiro? Como? O que te disse; mas posso explicar: se sonhas com algo, por que deixá-lo de lado e contentar-te com migalhas? continuaram, dizendo-lhe antes de partir: Se uma parte te basta, podes ficar no chão. Mas se buscas o inteiro, vira a página e segue voando até o teu destino. A escolha é tua.
Por que devo contentar-me com uma parte se tenho possibilidade de um inteiro? matutou. Por que devo contentar-me com uma parte? e virou a página. Se tenho possibilidade de um inteiro? decidiu seguir voando. Sem saber ainda que logo em frente as nuvens viriam a dissipar-se...

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Novos voos


(foto de Natã Camilo)

Será que vale a pena? pensou. Estava às voltas com a possibilidade de alçar novos voos. Tinha muita vontade de fazer isso. Mas, ao mesmo tempo, estava em dúvida. Perguntava-se se dessa vez daria certo.
Ainda não havia se esquecido da última vez que voara. Estava recuperando-se das lesões causadas pela queda desse voo. Lembrava-se bem de como caíra. Naquela ocasião, voava alto. Ainda que inseguro, voava alto e firme rumo ao destino escolhido. Rumo à vitória. Já havia avistado a porta que deveria atravessar para realizar o pouso. Mas, próximo ao local de aterrissagem, encontrou a porta fechada. Não tinha mais como pousar lá. Perdeu a orientação. Não sabia o que fazer. Caiu. Voltou ao chão. Uma queda dolorosa. Doeu-lhe intensamente. Dor que persistiu por dias a fio.
Passou um tempo, as feridas estavam a cicatrizar-se. Tinha novamente condições de voar. Mas tinha medo de cair de novo. De novamente não pousar em seu destino. De ficar outra vez pelo caminho. Perguntava-se até se um dia conseguiria voar até o local de seus sonhos. Se daria tempo para isso... Muitas perguntas mais... A mais intrigante: para onde voar desta vez?
Deixa disso! disseram-lhe. Que ganhas com isso? Ficar no chão é demasiadamente cômodo! Mas o ganho é muito menor! Arrisca-te! Voa de novo. Estás com medo? Vai com medo mesmo! Não sabes para onde voar? Voa sem rumo! Não se encontra um destino estando no chão! Aproveita este ímpeto de voar e ruma ao incerto. Ao desconhecido... Claro, não vás atirar-te em um precipício... voa conscientemente... Seguro de que, em pouco tempo – garanto-te, menos tempo do que possas conceber – encontrarás o plano de voo e pousarás no destino de teus sonhos.
Tais palavras ecoavam na sua cabeça. O medo persistia... A vontade também... E o ímpeto de voar... também... Estava em dúvida... Não percas esta oportunidade! Vai! Vira esta página de uma vez! Não te apegues ao passado! Nem à queda! Tampouco à dor! Agrega as experiências obtidas com o último voo e segue em frente! Voa antes que seja tarde! disseram-lhe novamente.
Hesitou por um momento. Foi com medo mesmo. Arriscou-se. Abriu novamente as asas. Deu um primeiro impulso. Abriu as asas mais um pouco. Deu um segundo impulso. Correu. Planou. Subiu mais. Viu que tinha condições. Alçou um novo voo...